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Meu Sonho Familiar - Paul Verlaine



Meu Sonho Familiar - Paul Verlaine

Muitas vezes, o sonho estranho me surpreende
de uma ignota mulher que eu amo e que me adora,
e que a mesma não é, certamente, a toda hora,
não sendo outra, porém, e me ama e me compreende.

Todo o meu coração deixo que ela o desvende.
Ela somente o faz transparente e o avigora,
E se eu sofro, se a dor minha fronte descora,
ela é o consolo ideal que sobre mim se estende.

É ela trigueira, ou loira, ou ruiva? – Eu o ignoro.
Seu nome? Apenas sei que ele é doce e sonoro
como o de quem se amou e da vida fugiu.

Seu olhar, como o olhar de uma estátua, é sem alma,
e tem na sua voz, grave, longínqua e calma,
a inflexão de uma voz cara que se extinguiu.

A tradução é de Onestaldo de Pennafort publicada por Escamandro

Paul Verlaine
Paul Verlaine (1844 – 1896)


Paul Verlaine (1844 – 1896)Mon reve familier (Paul Verlaine)

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ondese

"O que é alimento para uns, é veneno amargo para outros." Lucrécio
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